sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pobres, Fracos, Estúpidos e Vigaristas

O estado decide, conclui, declara o que somos ou o que não somos, e até se dá ao luxo de sancionar, desde que a "taxa de sancionamento" seja devidamente paga.

Está estabelecido que os pobres (assim declarados por édito estatal) não podem ter filhos e, se os tiverem, estes ser-lhes-ão retirados sem apelo nem agravo. Foi o que aconteceu à mãe do Martim, declarada "sem recursos" segundo os critérios estatais, a quem roubaram o filho em plena maternidade.

Declarou-se ainda que os menores de 18 anos não se podem manifestar. A mesma mãe a quem foi roubado um filho foi agora, sob forte coação estatal, impedida de lutar pela recuperação da criança. Valeu-lhe a solidariedade da sua mãe e avó da criança.

Também aos menores, a participação em determinados espectáculos está condicionada à prévia aprovação estatal. Assim aconteceu com Michelito Lagravere que cometeu 2 erros: ter recorrido a um pediatra em vez de um médico do trabalho (neste país até o trabalho fica doente e a precisar de médico!), e não ter decidido antes participar numa novela portuguesa. Não consta que as CPCJ's deste país tenham igual índice de produtividade na execução do seu efectivo mandato: a prevenção de crimes contra as crianças e a protecção e defesa efectiva das mesmas.

Atesta-se ainda, através dos títulares do monopolio representativo estatal, que todo o eleitor é estúpido e, por consequência, não consegue distinguir entre legislativas e autárquicas. Todos os partidos, à excepção do PSD, defendem eleições em separado (PS, PCP, BE, CDS e os melancias - verdes por fora mas vermelhos por dentro). Mesmo a honrosa excepção do PSD se perde num discurso pouco claro e diluído. Provavelmente a medida tende a evitar que aconteça com os subsidios partidários o mesmo que aconteceu com os fundos europeus que não foram utilizados: convém gastar o produto do saque antes que este gere as típicas invejas portuguesas.

Ainda houve tempo para estabelecer a declaração do contibuinte como vigarista até prova em contrário, invertendo o ónus da prova para o que foi e vier a ser estabelecido de "enriquecimento ilícito"; e espoliando a vida, o património e a privacidade de cada um. Como ainda não foi re-declarado o dicionário de Português, ilícito significa ilegal. O ilegal não se taxa, confisca-se! Mas como além de declarar o estado também sanciona, temos agora um novo tipo de vigarista que, sócio do estado, goza de um enquadramento legal previlegiado.

E assim foram os Portugueses declarados por quem os governa. Um triste dia para viver em Portugal. Pior hoje, só mesmo viver em Portugal e ser Benfiquista. No Benfica esteve quase e, apesar de não ter ainda acontecido, a mudança de paradigma ficou para breve. Infelizmente na governação não é espectável que o mesmo aconteça.

Sem comentários:

Enviar um comentário