domingo, 25 de janeiro de 2009

Não sou economista

Ainda referente este assunto e depois de já ter defendido que a transparência é incolor, e apesar das palavras replicadas não me serem dirigidas, as mãos não puderam deixar de escrever o que a mente ditou sobre se:

"O funcionamento do mercado livre na visão liberal extrema que você tem faz do homem um autómato. Que não tem liberdade de decidir. Porque se você acredita, como disse, que o mercado se auto-regula, então postula um determinado comportamento que os seres humanos devem seguir. O conceito de "falhas de mercado" está para além da sua compreensão. O que me traz ao ponto de partida: como eu não sei o que você faz só posso compreender a ignorância de falhas de mercado assumindo que você não é um economista."

Poucas palavras encerram tanto poder quanto estas.

A anunciada falência do Homem e a proclamação do poder supremo e divino do Estado para corrigir essa falência tem sido o argumento das novas escolas de pensamento. Era também o argumento racional do comunismo. É claro que isso pressupõem a comuna como forma de deter os recursos para o fazer. Nada de novo. Confesso apenas que me choca o advogar de que a liberdade de agir seja apresentada como o inverso, na antevisão de que a acção está condenada ao falhanço.

Não me escondo. Postulo claramente um "determinado comportamento que os seres humanos devem seguir": a Razão. As falhas de mercado são as falhas humanas. Tal como sem Razão não há humanidade, sem homens não há mercado. Serão os homens - logo o mercado - a corrigir essas falhas com base na Razão.

Não sou economista. Também não peciso de o ser. Mas se a economia é para estar ao serviço dos homens e da Razão, então todos os economistas deveriam ser filósofos.

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