quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Egoísmo

Há quem nos queira vender a tese de que se o Estado não usar os nossos impostos para educar os nossos filhos, cuidar dos nossos pais na velhice ou assegurar a dignidade dos nossos pobres, em vez de educarmos os nossos filhos, cuidarmos dos nossos pais ou ajudarmos os nossos pobres, optaríamos por queimar o nosso dinheiro. A dita tese é obviamente absurda mas levanta uma questão importante: se não formos livres para sermos egoístas e para sofrermos as consequências desse egoísmo, alguma vez sentiremos a necessidade de ser generosos?
Tomás Belchior, no Diário Económico

Quem nada tem, nada pode dar. Quem se anula a si mesmo, nada é. Eu dou. Eu partilho. Eu ajudo. Eu comungo. Eu sou generoso. Eu sou solidário. Eu sou amigo. Eu tenho amigos. Sem eu não sou nada. Sem eu, tu tens de dar. Tu tens de partilhar. Tu tens de ajudar. Tu tens de comungar. Tu tens de ser generoso. Tu tens de ser solidário. Tu tens de ser amigo. Eu não tenho nada. Egoísmo é ter direito ao ego. É ter direito a ser, a fazer, a viver. Egoísmo é ter direito a escolher aqueles com quem somos generosos. É ter ego suficiente para não viver às custas de ninguém. Eu sou tanto quanto seja humanamente capaz!!!

A man without ego is a man without self. A man without self is a man without conscience. He's everything but a man.

sábado, 19 de maio de 2012

Man Made

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ministério do Peido

Aguardo a qualquer momento a proibição do peido.

Dados científicos comprovam uma maior sensibilidade olfactiva ao fenómeno em adultos entre os 15 e os 60 anos. De acordo com estudos efectuados esta sensibilidade é muito fraca entre os recém-nascidos e nos jovens até aos 15 anos. É também reduzida na maior parte dos indivíduos mais idosos, grupos em que se verifica uma redução proporcional à idade. Segundo os mesmos estudos há uma diferença entre estes grupos etários: enquanto no escalão dos mais jovens se verifica um apuro ao aspecto sonoro do fenómeno, sendo a insensibilidade mais significativa ao nível odorífero; nos grupos mais idosos esta reacção deficitária é comum a ambas as características. Com base nestes dados científicos, é de prever que a proibição seja implementada de forma criteriosa.

Inicialmente será aplicada a proibição em recintos fechados. O governo deverá acautelar a qualidade do ar em recintos onde a presença de indivíduos adultos seja predominante. Prevê-se que numa primeira fase estejam isentos desta proibição os recintos exclusivamente dedicados aos mais jovens (creches, jardins de infância e similares). As escolas secundárias e as universidades deverão gozar de um estatuto especial em que se proíbe apenas as ventosidades ruidosas, ficando as silenciosas de fora do projecto-lei inicial. Os lares, centros de dia, misericórdias e outros equipamentos sociais para os mais idosos deverão ver aplicado um regime que, ao contrário das faculdades, prevê a interdição completa das rabanadas silenciosas mas potentes em cheiro, sendo que ficarão isentas as de fraco odor, independentemente do seu factor sonoro.

Outros espaços como restaurantes, transportes públicos, hospitais e até veículos particulares, não serão esquecidos pela nova lei. Entre as medidas destacam-se as novas exigências de instalação de um detector de odores nas entradas, os seguranças (ou porteiros em discotecas, etc) passarão a ter de tirar uma licença especial de "apalpação" para os casos de deflagrações antigas que possam ter deixado vestígios na roupa, as inspecções periódicas dos automóveis passarão a verificar a existência de dispositivos ambipur devidamente homologados.

Até à criação da secretaria de estado do peido, que incluirá uma direcção geral do cheiro e outra do ruído, a fiscalização ficará a cargo das várias autoridades policiais já existentes. É espectável que após a regulamentação do diploma venha a ser criada uma "trak" force específica para o efeito. Para financiar a nova organização será criada uma taxa do peido, a ser paga pelos fabricantes de desodorizantes e perfumes, de acordo com o seu volume de negócios.

Os planos prevêem o posterior alargamento da proibição a todos os espaços públicos ou privados. Foi criada uma CU-missão para certificar instrumentos de medição e recolha de provas para posterior acusação judicial dos prevaricadores. Entre as penas previstas estão medidas como a prestação de serviço cívico como "farejador" de alimentos deteriorados apreendidos pela ASAE. O governo equaciona ainda a criação de hospitais-prisionais com uma ala dedicada a investigação e desenvolvimento de implantes nasais, e onde poderão ser criadas câmaras de gás especificamente para o cumprimento das penas.

Esta medida enquadra-se num pacote legislativo que teve inicio com a proibição do uso de sal na confecção das refeições familiares e onde uma das próximas áreas de intervenção será a obrigatoriedade de mudar de peúgas diariamente. Elementos do governo divergem ainda nesta matéria, havendo quem prefira avançar em primeiro lugar com a obrigatoriedade de certificação dos talheres, o que permitiria usar as receitas na criação da "trak" force.