sexta-feira, 27 de março de 2009

Uma verdade inconveniente

Através de um comentário n' O Insurgente, descobri o blog A outra Varinha Mágica (de Nuno Nogueira Santos). Foi de um post de Nuno Nogueira Santos que retirei esta verdade inconveniente que acenta perfeitamente no que n' O Pão e a Razão temos tentado transmitir:

se há fontes de quem devemos sempre desconfiar são as oficiais, sejam governamentais, sejam as da Justiça. Essas foram as fontes que sistematicamente mentiram no Wattergate e essas são as que mais têm comprovadamente mentido na história recente dos países democráticos.


Ainda por Nuno Nogueira Santos, no mesmo post:

fez ontem cinco anos que o Governo espanhol garantiu a pés juntos ter sido a ETA a responsável pelos ataques de Madrid, sabendo perfeitamente haver todas as razões para acreditar que não tinha sido. Faz amanhã cinco anos que o El País desmentiu o Primeiro-Ministro. Como disse a propósito Cebrián: “não nos passava pela cabeça que um Primeiro-Ministro fosse uma má fonte e, por isso, publicámos uma mentira. Mas a partir de agora, temos que desconfiar sempre da palavra de um Primeiro-Ministro, antes de a usar como fonte”.


"Não nos passava pela cabeça que um primeiro-ministro fosse uma má fonte"? Mas que IRRACIONALIDADE é esta? Então a noção de conflito de interesses é algo desconhecido para um suposto jornalista?

Relembro que uma das principais características do Homem, enquanto ser racional, deverá ser a obrigação moral de nada deixar acima do juizo da sua própria mente. É uma condição essencial para garantir e manter a condição humana.

Eu diria que bastava ter um pouco de formação sociológica e histórica para chegar à conclusão de Cebrián e que ter sido necessário chegar a certo ponto é mais uma demonstração da verdadeira sociedade contra-natura em que vivemos e que aqui tentamos denunciar.

É meu!

Ao que parece, os Magalhães andam a ser vendidos pelos proprietários. O Ministério da Educação afirma que não tem conhecimento.

Eu pergunto: e se tivesse? Que é que fazia? Então um proprietário já não pode dispôr da propriedade como deseja? Então é proprietário de quê?

Se não queriam dar não dessem, até porque ninguém pediu. Se deram, está dado. Metam a viola no saco e acabou.

Ainda a exemplo do Magalhães, devo dizer que sempre fui e continuo a ser contra a dádiva gratuita. Mas não vá o Ministério sondar o meu IP e a escola do meu filho que não é preciso pois afirmo já aqui e agora que sim, requisitamos um.

Os pequenos Magalhães estão há venda por 350,oo em qualquer loja da especialidade. No que respeita aos oferecidos nas escolas, foram pagos por todos nós, tanto por mim como pelo leitor.

Mas ao contrário de muitos leitores que não quiseram ou não puderam requerer um, eu obtive um produto cujo valor de mercado é 350.00 pagando apenas 50.00. Logo, ao contrário de quem não o fez, eu recuperei 300.00 do pagamento que me foi tirado à força.

Devo também acrescentar que vi-me forçado a fazer "reset" da dita máquina para os parâmentrros de fábrica assim que ela chegou. Então não é que o dito Magalhães não deixava criar "users" aleatórios e estava limitado a "Administrador" ou ao nome do meu filho?

Esta moda da propriedade condicionada e transformada em usufruto está a pegar. Enfim, com o "reset" lá conseguimos criar "usernames" para toda a familia. Sim, porque um portátil dirigido a uma criança de 8 anos é necessáriamente uma ferramenta para TODA A FAMÍLIA.

Um dia, se o quiser vender, reservo-me todo o ditreito de o fazer. Afinal o "bicho" ou é nosso ou não é. E se não for, que o venham buscar e me devolvam os 50.00 (acrescido de juros e indemenização por perdas e danos expectáveis).

Baixar porquê?

A Razão e a competência ainda conseguem tirar algum proveito apesar das limitações que o uso da força e a promoção da irracionalidade impôem.



Os PARABÉNS são devidos e os MÉRITOS entregues aos mais capazes, racionais, inteligentes e competitivos.

Mas a que propósito é que surge aquele ridículo remate na peça, rotulando de más notícias o facto dos preços na cadeia não irem descer?

Mas a que propósito é que deveriam descer? Será que não é notório a emissão de notas em barda e os riscos de hiper-inflação que corremos? Então a desvalorização das notas que usamos é uma realidade e ainda se considera expectável que os preços possam descer?

A não ser que o padrão seja a irracionalidade dos bancos centrais e dos governos que em época de crise e escassez de crédito ainda pugnam por torná-lo mais barato, a ideia é simplesmente imbecil.

Será que também vão nacionalizar a Zara??!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Obama responsabilizou o papel-moeda pela bolha

Obama afirmou ontem à noite no programa "Tonigh Show" com Jay Leno:

LENO: Like Mother Teresa now. (Laughter.) He makes VISA look like ohhhh --

THE PRESIDENT: Well, and part of what happened over the last 15, 20 years is that so much money was made in finance that about 40 percent, I think, of our overall growth, our overall economic growth was in the financial sector. Well, now what we're finding out is a lot of that growth wasn't real. It was paper money, paper profits on the books, but it could be easily wiped out.


A passagem "It was paper money, paper profits on the books(...)" parece ter constituido um lapso, tendo imediatamente corrigido de "paper money" para "paper profits". Mas o curioso é a dificuldade em conseguir arranjar imagens.

O video foi retirado do Youtube: aqui

Apesar de ter estado disponível por algum tempo, conforme algumas paginas da internet referem, por exemplo aqui.

Mesmo na NBC, onde seria suposto estar disponivel, não é possivel abrir a página (dá erro): http://www.nbc.com/The_Tonight_Show_with_Jay_Leno/video/clips/president-obama-full-interview-319/1067541/

Fugiu-lhe a boca para a verdade, foi o que foi.

ADENDA: Ao fim de 15 minutos a página na NBC lá abriu. Audivel aos 12:25 (em contagem decrescente) e até nem parece tão obvio assim que tenha sido um lapso com pronta correcção. Aqui fica o video.

O Circo

Que grande aparato em S. Bento. Até parece que se está a tentar encontrar soluções para a crise. Mas afinal parece que tiveram de interromper o trabalho ardúo para se debruçarem sobre um... anúncio publicitário.

Pode lêr-se no take da lusa a dada altura o seguinte: "o anúncio divide os portugueses, coloca-os uns contra os outros".

Tamanha ignorância sobre o que são os portugueses. A maior parte nem vê os anuncios, pois é quando se levanta da frente da televisão para ir fazer… outras coisas.

Tamanha arrogância e sobranceria na forma como imaginam os portugueses à imagem de S. Bento. Uns trabalham e fazem pela vida, outros passeiam e divertem-se à conta dos primeiros mas poucos, muito poucos mesmo, perdem tempo com inutilidades como esta. Para isso já existe a câmara de S. Bento.



E já agora, com que propósito é que os contribuintes detêm uma estação de rádio mesmo?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Causalidade

Uma acção pode ou não gerar reacção, mas acarreta sempre uma ou mesmo mais consequências.

Rumo ao persecutório (2)

Conforme haviam prometido, por uma vez cumpriram a palavra e acabaram mesmo por fazê-lo: uma lei específica para aplicação a uma determinada situação, dirigida a indíviduos selecionados e com efeitos rectro-activos.

O principio não é novo. Se agora é para evitar favorecimentos, regra geral ele é aplicado para os promover. Acontece frequentemente ao abrigo do lobby e do comércio de favores politicos que o modelo exige, por via dos amplos poderes do estado.

Acontece que a intoxicação permanente da opinião pública tornou agora o processo "públicamente aceitável", eu diria mesmo desejável. Este é um novo quadro tão relevante quanto perigoso. Quando algo se torna "aceitável", não tarda em que o principio se generalize e seja usado em favor dos detentores da força.

A política fiscal deixará de ser uma forma de financiamento do governo e passará a ser usada como arma, para o bem e para o mal. E basta olhar à nossa volta para ver este principio ser defendido e proposto da esquerda à direita. Desde revolocionários a socialistas, de conservadores a neo-liberais, em nome de uma pseudo justiça.

Convém alertar que a diabolização dos executivos da AIG ou do BPN ou de qualquer outra entidade irresponsável e/ou criminosa não é mais que um engodo, com o qual se pretende encantar a sociedade. A AIG não é novidade, como não o foi o BPN. Há cerca de um século que os estados retiram dinheiro aos seus cidadãos produtivos sob o pretexto de combater pseudo injustiças. Como se uma injustiça pudesse justificar outra! Era injusto antes, e continua a sê-lo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Aumento da criminalidade

O governo está preocupado com o aumento da criminalidade. Com a plena consciência da ineficiência estatal, o governo teme a concorrência feroz na arte de roubar que se pode traduzir numa perca de quota de mercado essencial às contas públicas.

Para tentar manter a sua quota de mercado no sector da bandidagem, o governo aprovou uma medida que obriga "as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) a optar entre o reembolso do IVA e os donativos de 0,5 por cento dos contribuintes através da declaração de rendimentos".

Ou seja, tens de escolher entre o que é teu e o que os outros decidiram dar-te. Uma destas fica para o bom do estado que não se pode dar ao luxo de perder terreno para os restantes ladrões.

Ao contrário do que se afirma em oposição a esta medida, não é uma "injustiça social". Não há injustiça social. Há justiça e a falta dela. Ponto.

Os donativos já são em si uma alternativa ao roubo. É o uso de uma perrogativa de "antes para estes do que para aqueles", num acto de escolhas condicionadas. A maior parte das pessoas que doam os 0,5%, se questionadas em liberdade, até doariam 100%.

terça-feira, 17 de março de 2009

Rumo ao persecutório

Para os fluentes em inglês, podem ler no New York Times (NYT) a expressão que aqui traduzo por: "os legisladores afirmaram que tentariam recuperar o dinheiro através da adopção de novas leis fiscais".

Sem apelo nem agravo se demonstra e afirma que a objectividade da lei já era. Que o próximo passo será a legislação "a pedido" e especificamente direccionada a casos e pessoas concretas.

É preciso compreender os custos da nacionalização. Ela acarreta a politização de toda e qualquer decisão.

É preciso também entender as razões profundas que levaram Washington a nacionalizar a AIG, sob o pretexto de evitar um colapso financeiro do sistema. É preciso saber a quem serve este sistema, e quem teria de abdicar do poder que o actual sistema falacioso permite.

É por estas e outras que não deve ter o estado qualquer participação em capitais. Nós por cá também tivemos o badalado negócio Manuel Fino/CGD, em relação ao qual eu gostaria de não ter nada a ver com ele. Em condições normais, e num sistema de mercado livre, seria um problema apenas dos accionistas da CGD, pois seria o seu capital que estaria em questão. Mas infelizmente o estado português obriga-nos a todos a ser accionistas da CGD logo, é um problema de todos.

Voltando ao cerne da questão, um estado em que as leis se fazem com objectivos concretos e visando questões específicas é um estado sem ordem, e sem futuro. Lembro que isto acontece nos EUA, que têm uma prática e tradição de liberdades individuais muito maior que na europa. Nós por cá, sem tamanha tradição, começamos por legislar há uns dias sobre a quantidade de sal no pão.

É só o começo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Resumo capitalista

NOTA: Este texto deve ser lido com grandes doses de boa disposição. Ele nasce de um comentário neste post dos Ladrões de Bicicletas. A curiosidade em conhecer os ladrões deveu-se aos inumeros elogios do Carlos Santos no Valor das Ideias.. Tinha de ir ver se não havia ideias trocadas ou bicicletas devolvidas.


O capitalismo é um sistema económico (jamais político!!!) em que a partir do inicio do sec XX os estados passaram a intervir na economia, através de politicas socias que visam a redução das desigualdades através da redistribuição de riqueza, promovendo o bem estar social e o desenvolvimento sustentado.

Uma das principais ferramentas para este novo exercicio, nascido com o capitalismo, foi a gradual supressão do padrão ouro que permitiu arrojadas políticas monetárias. Esta linha foi iniciada com a cartelização dos bancos, coordenados por um banco central (a Reserva Federal dos Estados Unidos - FED - foi criada em 1913). Rosevelt deu um passo importante em 1933 ao confiscar o ouro em circulação (pagando obviamente em dolares a sua cotação à altura) e, logo que assegurou a sua posse, promovendo um ajuste em alta da cotação. Desta forma o governo dos USA multiplicou os dolares e consegui acorrer e apoiar os cerca de 25% de desempregados.

Estavamos na Grande Recessão e lá ficámos até ao final da 2ª guerra mundial (paga com dolares, após as políticas de Rosevelt) que provocou a falência e ruina europeias. Em 1946, para recuperar a europa, deu-se inicio ao plano Marshal (pago também com dolares) com a ajuda de um novo conceito monetário: 1 onça de ouro = 35 USD (acordo de Brenton Woods).

Desta forma, as reservas e a economia poderam ser alavancadas de maneira a que os estados capitalistas da europa pudessem implementar as suas políticas sociais e recuperar do desastre da guerra. Como toda a recuperação foi baseada nos principios capitalistas, ela foi levada a cabo pelos estados e paga em papel em vez de ouro e as reservas de USD na europa cresceram muito.

Em 1971, o general francês De Gaule pediu a Nixon que trocasse esses papeis de dolar por ouro (na razão de 35/1 - Brenton Woods) e foi então que a europa soube que os USA se tinham enganado nas contas e não havia reservas de ouro para fazer a correspondência. Como não souberam o que dizer aos europeus, então habituados à protecção social típica dos sistemas capitalistas, decidiram não dizer nada. Abandonou-se o acordo Brenton Woods e acabou-se com a última amarra que impedia o capitalismo de proliferar na sua totalidade: a relação do dolar ao ouro. Nasceram os mercados cambiais, onde cada moeda tinha a sua cotação para as outras (e para o ouro), de forma a que os valores de riqueza (PIB) da cada país não pudessem ser manipulados por criação de notas a partir de dívida, por consumo em excesso contra produção limitada e para que as dívidas dos estados (públicas) pudessem ser capazes de incrementar e melhorar as tais políticas sociais e de redistribuição de riqueza para a melhoria do bem estar social, como recomendavam todos os manuais capitalistas: nasceu o laissez-faire!!!

A revolução industrial e tudo o que se passou no sec. XIX foi pura coincidência!!!!!!!

Vale a pena acrescentar mais?!

terça-feira, 10 de março de 2009

O prefácio de Keynes

“No entanto, a teoria da produção como um todo, que é o que o seguinte livro pretende providenciar, é muito mais facilmente adptada ás condições de um Estado Totalitário, do que a teoria da produção e da distribuição de um determinado produto produzido em condições de livre concorrência num Estado bastante laissez-faire.”


In: “Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda” (prefácio da versão alemã)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Educação (Razão) a pataco

Enquanto "pai esclarecido" acho que devo deixar os seguintes comentários ao video aqui reproduzido:

1. Esta análise é extensível a um periodo muito mais largo do que os "4 anos de Sócrates";

2. Não considero a redução do investimento em educação um problema, pois acredito que num sistema com maior autonomia e liberdade se pode fazer mais e melhor, quiçá com menos gasto;

3. Os principais problemas aqui focados tais como: a desaquação do sistema à vida activa, o perigo das propostas tendentes a eliminar as "reprovações", ausência completa de autonomia e liberdade (que deve ser concedida não só à escola mas a toda a comunidade que esta serve), que faz com que a avaliação seja "apenas uma" das questões fundamentais da educação em Portugal, pois é necessário saber o que queremos avaliar.

4. Subscrevo as soluções apresentadas: seriedade, competência, autonomia, liberdade e uma cultura de que aprender implica esforço; e reforço a certeza de que "quando o cérebro deixa de ser usado, os resultados são desastrosos" ou, por outras palavras, sem Razão não haverá Pão... apenas fome.

Leitura adicional: O Desastre do Estado Educador, por João César das Neves

quarta-feira, 4 de março de 2009